24 de março de 2013

Eu e a minha afilhadita

Por causa do mau tempo e indisponibilidade da minha parte, já há três semanas que não via a minha afilhada. Estava cheia de saudades dela.

Desde a última visita, foi tosquiada, por isso, mal a reconheci quando me aproximei da BOX 064. Mas aquele latido e a forma como mostra os dentinhos são inconfundíveis. 

Lá fui eu com a Bolinha, e o meu irmão com o Gil, o seu companheiro de box. Desta vez, não quis o biscoito porque estava distraída a ver umas crianças a jogar à bola. Brincalhona como é, fazia força para ir ter com eles e participar no jogo. Não podia, é claro, mas não ficou decepcionada: a madrinha deu-lhe um ossinho, que teve direito a baptismo e tudo (não queiram saber como, eh eh)!  




Mais uma vez, adorei passear a minha afilhadita. Sente-se uma alegria indescritível quando temos consciência de que estamos a fazer feliz outro ser. Confesso que, ainda antes do passeio, já tinha ganho o dia: estavam as voluntárias a pôr-lhe a trela quando a cadela se vira para mim, me chama a atenção com as patas e se encosta carinhosamente no meu casaco. Uma delas, admirada, achou-lhe imensa graça. E eu fiquei super derretida. =') 

Até breve, Bolinha!

25 de fevereiro de 2013

Workshop de Dobragem

Ter participado na 3ª edição do Workshop de Dobragem da SantaClaus Audiovisual, que decorreu durante este fim-de-semana, foi das melhores escolhas que alguma vez fiz e uma das melhores experiências que já alguma vez tive.




Houve cinco factores que me levaram a estes estúdios: o amor imenso a esta área, aliado à vontade de vir a trabalhar no meio; o currículo do formador, Paulo Coelho; o programa, bastante completo porque englobava teoria, prática e a parte técnica; o preço, bem mais razoável do que o praticado por outros estúdios em actividades semelhantes; a ideia fisgada de querer visitar aquela vivenda encantadora porque me parecia bonita (e é) e também pelo facto de um dia ter sonhado com umas cabines de gravação semelhantes àquelas. Comprovei-o mais tarde através das fotografias que estavam no site (é verdade, eu ligo muito a estas coisas).



A Rosália, eu e a Ana Filipa






Estava determinada e já ninguém me convencia do contrário. Contudo, não queria ir sozinha (quer dizer, se fosse preciso, ia). Então, fui tentar convencer os meus irmãos e amigos a juntarem-se a mim nesta cruzada. Saí vencedora porque a minha irmã rendeu-se e, pelos vistos, não se arrependeu nada.

Ainda esperámos quase um mês mas o dia tão aguardado chegou mais depressa do que o esperado. Não podíamos ter sido mais bem recebidos: a Herminda Pereira é uma pessoa super acessível, disponível e generosa, que nos fez logo sentir em casa, não só por nos ter deixado à vontade mas também por ter preparado um coffee break à maneira: havia patê, tostinhas, um bolo, madalenas, chá e café.

A manhã de sábado foi dedicada à teoria, à apresentação do grupo e ao exercício de locução. Quanto ao primeiro tópico, deixo aqui alguns dados interessantes e curiosos:

- Em média, um dobrador consegue fazer quatro registos diferentes de voz;
- Ser actor é diferente de ser dobrador, e uma coisa não implica a outra;
- Não há boas vozes para dobragem; o que é preciso é técnica, prática e treino;
- A meditação ajuda no domínio do corpo e da voz;
- É importante procurar referências no texto (imaginar pontos finais ou vírgulas, saber onde respirar...);
- O director de dobragens é quem recebe a série, analisa os personagens e abre castings, quando necessário, ou escolhe determinado dobrador por já conhecer o seu registo e interpretação. Esta função também poderá caber ao técnico de áudio ou ao cliente, dependendo dos projectos. É também ele, o director, que geralmente determina o orçamento para os dobradores, sendo a imagem real mais bem paga do que os desenhos animados, devido ao maior grau de dificuldade em adaptar o texto e encaixá-lo devidamente na boca do personagem. O director de dobragens também deve acompanhar o trabalho do técnico no que diz respeito à mistura final do áudio gravado.

Relativamente à apresentação, só tenho a dizer que gostei muito de ouvir o percurso e as motivações dos meus colegas. Foi engraçado reencontrar a Sílvia, que me lembrava de um workshop de onigiri, e a Rosália, a irmã de uma rapariga muito querida que era instrutora no ginásio Vivafit. Quanto a mim, meti os pés pelas mãos. Queria dizer muita coisa e acabei por não dizer nada de jeito. O formador só me disse que se notava muita ansiedade e que isso podia ser um problema porque comia as palavras.

...

O exercício de locução também não correu lá muito bem. Só depois é que me apercebi que devia ter lido com um tom mais grave, que eu sou capaz de fazer porque já gravei coisas assim, em casa. O formador só comentou "muita ansiedade, muita ansiedade..." e com toda a razão. No entanto, não fiquei triste pois o texto era difícil, segundo o Paulo Coelho, e aquilo que sempre quis fazer profissionalmente foi dobragens de desenhos animados. Essa parte é que tinha mesmo de correr bem.

Passada a hora de almoço, um excelente momento de convívio, tinha chegado a tarde por que eu mais tinha ansiado. O desenho animado que íamos dobrar era o "Littlest Pet Shop", o primeiro episódio. Acabei por fazer umas cenas da Blythe, a personagem principal, e... adorei! Havia três linhas do texto que eram cantadas. No início, alertei para o perigo que todos corriam caso eu cantasse. Mas o Paulo desafiou-me "vá, cante lá" e eu "ok mas não me responsabilizo". Por sorte, aquilo saiu afinadinho e até tive direito a umas palmas. Estava a tirar os auscultadores para dar lugar à colega seguinte e ele comentou que tinha corrido bem e perguntou-me se tinha gostado. Claro que sim!(!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!)

Achei imensa graça a este desenho animado. Agora é impossível não sentir uma ponta de carinho por ele e esquecer as vozes dos meus colegas que lhe deram vida e muita dose de piada.

No final do dia, quis tirar uma fotografia ao espaço onde tínhamos gravado. Estava lá o Paulo. Pedi-lhe autorização: "Força, com certeza". Foi nesse momento que a minha esperança renasceu porque o Paulo disse-me que eu tinha um jeito inato para as dobragens, que tinha noções de ritmo e expressividade, e que devia apostar nisso. Eu fiquei radiante porque, apesar de já ter feito castings e nunca ter sido escolhida, um director de dobragens, com 25 anos de experiência na área, ou seja, uma pessoa altamente credível, estava a dar-me a entender que, afinal, fiz bem em não ter desistido do longo sonho que tenho alimentado.




A manhã do segundo dia foi dedicada à teoria sobre o lado técnico das dobragens (desde o isolamento acústico até ao software de edição) e à mistura do áudio que tínhamos gravado na véspera. Como também gosto muito desta área, apontei dois pormenores interessantes sobre os efeitos, que vou passar a ter em consideração nas minhas montagens caseiras. São eles: um pouco de reverberação na voz off e um pouco de atraso ou delay nas cenas em exteriores. Ambos embelezam o vídeo, sem dúvida.

A tarde foi passada a dar voz ao primeiro episódio da novela venezuelana "Doña Bárbara". Apesar de ser mais exigente, gostei igualmente de fazer de "Barbarita". Fiquei muito feliz por mais uma aprovação do Paulo (era o que eu queria... um "muito bem" e não só um "ok"), que depois disse que a voz tinha encaixado perfeitamente no personagem, e acho que foi por causa disso que o pessoal se riu imenso com a minha primeira fala.

No final do dia, fez-se uma avaliação do grupo. Fiquei muito contente por a maior parte dos colegas ter dito que me via a dobrar desenhos animados. Se a minha confiança já tinha subido para uns 50%, agora estava nos 75%. 

Por fim, foi o Paulo a ditar a sua sentença. Sobre mim, ele disse que fui quem mais o surpreendeu, basicamente por causa daquela história do "quem te viu e quem te vê". Esta é a prova de que a minha figura na apresentação foi muito má. Mesmo em relação ao live action, disse que tinha sido exímia naquilo que tinha feito e que, se fosse preciso, podia chamar-me já amanhã para gravar, ao que eu respondi "eu estou aqui, podem já contratar-me!". Deve ter-se notado um pouco de desespero da minha parte mas pronto. A minha confiança voltou a subir para uns 99% (não quero agarrar esse último 1% porque, deste modo, lido melhor com os baldes de água fria).

Agora só resta esperar pelo resto das fotografias, pelos nossos ficheiros de áudio e por um contacto, nem que seja para fazer um papel mínimo. Para mim, seria sempre grande. 

Já estou cheia de saudades das pessoas e do que vivemos juntos.

Muito obrigada à Herminda Pereira, ao Paulo Coelho, à Sofia Venâncio e ao Luiz Oliveira pela amabilidade, paciência e profissionalismo, e mil agradecimentos também à minha irmã, ao Tiago, à Daniela, à Sílvia, à Ana, ao Alexandre, à Brígida, à Teresa, à Ana Filipa, à Sandra e à Rosália pela simpatia e pelo vosso contributo para este workshop porque, sem vocês, ele não teria sido tão maravilhoso nem tão cómico, em determinados momentos. 




Desejo-vos o mesmo que desejo para mim: muita sorte e que concretizem os vossos sonhos nesta área.


17 de fevereiro de 2013

Adeus, velho sopro



16 de fevereiro de 2013

A Costa no Inverno












3 de fevereiro de 2013

A cadela que ri



Será?

19 de janeiro de 2013

A minha afilhada =)



Chama-se Bolinha e é a minha primeira afilhada (canina).

Desde sempre que sinto uma vontade enorme de fazer voluntariado. No ano passado, colmatei essa falha e, juntamente com a minha irmã, ajudei crianças dos 6 aos 12 anos nos trabalhos de casa, duas tardes por semana. Quando não havia ou eles se despachavam cedo, brincávamos, jogávamos, desenhávamos (quer dizer, eu não, claro), pintávamos... Foram bons tempos, que só foram possíveis porque não tínhamos trabalho.

Infelizmente, não nascemos num berço de ouro, por isso, tivemos que nos fazer à vida. Não que eu não goste de trabalhar, atenção; apenas queria ter tempo e dinheiro para fazer aquilo que realmente me dá prazer, nomeadamente ajudar os outros (sejam eles pessoas ou animais).

Essa hora há-de chegar, tenho fé nisso. Até lá, há outras formas de ajudar, e a que encontrei chama-se "Apadrinhe um animal da UZ". É verdade. Estava ali tão perto, na União Zoófila, e eu não tinha dado por ela. Há que saber ver o lado positivo de todas as coisas. Neste caso, pensei "posso não ter tempo para ajudar mas já começo a ter dinheiro para isso". Então, apadrinhei a Bolinha. E já é oficial!

Pedem-nos alguma sensibilidade na hora de apadrinhar porque os séniores, os doentes, os de carácter temperamental e os que já sofreram bastante nas mãos de seres humanos têm menos probabilidade de serem adoptados, logo, seria justo que esses estivessem em primeiro lugar na fila para poderem ter alguém que lhes dispense um pouco de recursos, atenção e amor. Fiz essa triagem, e também tive em conta os animais que ainda não tinham madrinhas nem padrinhos. E pronto, ficou a Bolinha. 

Ainda não a conheço pessoalmente mas já sinto um grande carinho por ela. Tenho a certeza que nossa relação vai ser muito boa. Afinal de contas, habituada a lidar com a terceira idade canina rabugenta estou eu! :P