Que vergonha! Há tanto tempo que não escrevo no blogue (um espaço cibernético que, por norma, deveria estar actualizado)! Não por causa da falta de ideias mas, na maior parte das vezes, por falta de tempo (ou má gestão do mesmo) ou por haver coisas mais interessantes para fazer. Agora que lhe limpei o pó, espero que esta situação não se repita (brevemente).
Como o recomeço de qualquer actividade requer um esforço redobrado, vou escrever sobre um assunto ligeiro, do dia-a-dia, mais concretamente, um dos temas de conversa do serão de ontem.
Falávamos da necessidade de ponderar e reflectir sobre escolhas e decisões, da importância de não correr atrás do que dá prazer mas é efémero, do valor que têm a opinião e a intuição de quem nos acompanha. Mediante isto, veio à memória do meu pai o caso de alguém conhecido que queria mudar de residência porque não gostava do lugar onde morava (e com razão). O conselho que ele acabou por lhe dar foi para não proceder à mudança, visto que iria deslocar-se para mais longe do local de emprego, acabando por vir a ter despesas maiores.
Chegas a casa, fechas os estores, ligas a televisão, lês um livro e nem dás conta do sítio onde estás, terá sido a frase persuasiva que determinou o fim de um desejo ou ambição.
Eu discordei, prontamente. Para me sentir verdadeiramente
em casa, não basta esta ser a dos meus sonhos ou, sem exagerar tanto, ser um espaço onde me sinta segura e confortável. A minha boa disposição desvanecer-se-ia num ápice se tivesse que mergulhar no mundo fictício para esquecer o sítio onde moro. Para mim, abrir a janela e deixar a luz do sol invadir o meu quarto é um ritual que me dá força e alegria, tal como absorver uma paisagem bonita e cuidada ou passear nas redondezas sem receio.
Com isto quero dizer que, na minha opinião,
o lar não se limita à área circundada pelas paredes de cimento onde comemos e dormimos, mas é um termo que inclui igualmente a zona em que residimos e, naturalmente, as pessoas com quem vivemos. É o equilíbrio destes três factores que me dá a confiança suficiente para dizer, quando chego a casa,
lar, doce lar.
Concordam?